Trabalho numa instituição pública. Há pouco mais de um ano, decidiu-se investir num projecto de racionalização de meios de produção, e contratou-se uma empresa para implementar um sistema de origem japonesa, posteriormente adaptado nos EUA, de custos obviamente elevados. Foi feita uma primeira avaliação, da qual resultou uma proposta de trabalho que foi aceite. Tudo isto há meses.
Os consultores da empresa estão lá há quase 15 dias - 1/6 do tempo que é suposto cá ficarem. Até hoje, não fizeram nada além de umas sessões de apresentação do programa, porque não têm - e não se sabe quando vão ter - equipa que trabalhe com eles.
A história é assim: os mesmos dirigentes que definiram contratatos e estabeleceram datas, autorizaram, entretanto, os seus funcionários a marcarem os períodos de férias como se nada se fosse passar. Neste momento, as pessoas têm não só as coisas programadas, como, em grande parte, viagens marcadas, reservas sinalizadas, etc., etc. O que quer dizer que em certos sectores, reduzidos a 50% do pessoal durante os meses de Julho e Agosto, não é possível prescindir de ninguém para participar no dito trabalho de racionalização de meios de produção.
Quanto aos consultores da empresa, já avisaram não poderem, desta forma, garantir a conclusão do trabalho no prazo previsto. E dizem que já lhes tinha acontecido chegar a um cliente e não haver uma sala, ou parte do material solicitado - mas que nunca lhes passara pela cabeça poderem chegar a um local para implementar um projecto e, pura e simplesmente, não terem equipa.
De resto, é a história do costume - o contrato está feito e a empresa está a cumpri-lo. Se não ficar pronto, o problema não é deles, não vão com certeza fazer descontos. Se for preciso - e possível - prolongar o prazo, há-de ficar bem mais caro, obviamente.
E onde está o problema? Será que alguém vai dar por ela?
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