
Com o fim da cortina de ferro e um mundo que tenta definir-se um outro equilíbrio, parece ter esmorecido o interesse em denunciar o que se vai passando para os lados da Rússia, aquele imenso país onde se joga xadrês à mesa dos cafés, e que mais uma vez está entregue às mãos de carniceiros.
De vez em quando, lá vai aparecendo uma reportagem solta em qualquer lado, e a gente lá vai aprendendo sobre o inenarrável número de mortes nos quartéis durante a recruta, sobre as mafias da construção civil que controlam autarquias, polícias e tribunais e conseguem desapossar edifícios públicos, indústrias e povoações inteiras, sobre os campos de férias militarizados onde os meninos aprendem a defender a mãe-pátria e a treinar-se em jogos de guerra, sobre um país dominado pelos apaniguados de um ex-oficial dos seviços secretos soviéticos, sobre mais um assassinato...
Há dias, foi um banqueiro - à frente do banco central, parece (conclusão óbvia) que tinha mesmo hipótese de fazer frente ao branqueamento de capitais, conforme anunciara. Agora foi uma jornalista incómoda, internacionalmente reconhecida pelo seu trabalho na cobertura da segunda guerra da Tchetchénia. Anna Politkovskaia ultimava uma reportagem sobre o uso de tortura na região.
A pátria de Vladimir Putin é um país a saque. As mafias dominam tudo, aterrorizam, controlam efectivamente o aparelho do Estado, ajudadas por muitos ex-funcionários do KGB, transformados em empresários no ramo da segurança e afins. Há muito que andam a internacionalizar os negócios e um dia o resto do mundo acorda e vê que tem (mais) uma estrutura tentacular perfeitamente instalada a minar-lhe os recursos.
Mas, até lá, a Rússia vai sendo um parceiro económico que não convém chatear...
( Anna Politkovskaia, fotografia Reuters)
De vez em quando, lá vai aparecendo uma reportagem solta em qualquer lado, e a gente lá vai aprendendo sobre o inenarrável número de mortes nos quartéis durante a recruta, sobre as mafias da construção civil que controlam autarquias, polícias e tribunais e conseguem desapossar edifícios públicos, indústrias e povoações inteiras, sobre os campos de férias militarizados onde os meninos aprendem a defender a mãe-pátria e a treinar-se em jogos de guerra, sobre um país dominado pelos apaniguados de um ex-oficial dos seviços secretos soviéticos, sobre mais um assassinato...
Há dias, foi um banqueiro - à frente do banco central, parece (conclusão óbvia) que tinha mesmo hipótese de fazer frente ao branqueamento de capitais, conforme anunciara. Agora foi uma jornalista incómoda, internacionalmente reconhecida pelo seu trabalho na cobertura da segunda guerra da Tchetchénia. Anna Politkovskaia ultimava uma reportagem sobre o uso de tortura na região.
A pátria de Vladimir Putin é um país a saque. As mafias dominam tudo, aterrorizam, controlam efectivamente o aparelho do Estado, ajudadas por muitos ex-funcionários do KGB, transformados em empresários no ramo da segurança e afins. Há muito que andam a internacionalizar os negócios e um dia o resto do mundo acorda e vê que tem (mais) uma estrutura tentacular perfeitamente instalada a minar-lhe os recursos.
Mas, até lá, a Rússia vai sendo um parceiro económico que não convém chatear...
( Anna Politkovskaia, fotografia Reuters)
1 comentário:
Há um paralelo entre a Russia e Portugal: Nós não tinhamos politicos preparados para a democracia depois de 40 anos de ditadura; A Russia a mesma coisa depois de 70 anos de ditadura. Conclusão: Nós uns corruptos com os velhos brandos costumes; eles uns corruptos com a velha violência russa...Antº rosinha
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