17.2.08

'ferve sob a superfície'

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Correm os nossos dias entre uma realidade concreta, aquela em que nos movemos, e uma realidade virtual paralela, exposta nos media, cada vez mais reféns da necessidade de vender face à obrigação de prestar informação esclarecida*.

Em relação às presidenciais norte-americanas, praticamente só vejo técnicas de vendas e evolução de mercados, a mais as análises respectivas, e muito, muito pouco acerca das matérias subjacentes.
Olho para aquilo tudo e até simpatizo com Obama - não sei até que ponto não é mais por ter aparecido como estraga-esquemas... - mas, à parte isso, pergunto-me: onde anda a realidade americana, aquela nação profundamente conservadora e puritana aparentemente transmutada pelos efeitos da política externa de dois mandatos do filho Bush?

Anda por lá, como não podia deixar de ser. Por detrás da realidade virtual das notícias. Como demonstra este depoimento de uma das filhas de Martin Luther King, Bernice, ao Le Monde: «Ça bout sous la surface».

*Havendo procura, a oferta aparece. Nós, leitores, também não seremos lá muito exigentes...
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