Conheci-a uns anos antes da imagem que se segue, lembro-me da construção do prédio azul ao centro. O protector solar infantil eram barras de manteiga de cacau e as férias grandes duravam três meses, havia as manhãs na praia, as tardes na piscina (quem não teve lições de natação com o professor Barrué, que se apresente...), os gelados no Tamariz e as matinés infantis no Casino ao fim-de-semana. E havia os pique-niques na serra, a da Boa Viagem, que de vez em quando juntavam toda a família - o ramo dali mais os do Porto, do Paião e de Leiria - todos devidamente munidos de tachadas de arroz de frango e garrafas de laranjada e vinho tinto.
Agora é uma marginal entupida de prédios intervalados por pequenas pracetas desagradáveis, porque em todas faz redemoinho o vento. Parece que Buarcos se vai safando dos prédios, mas a serra é uma mancha que cada vez mais se estreita no horizonte.
Numa visita a correr, um destes dias, não pude deixar de registar, na Avenida 25 de Abril, o último resistente:
e um detalhe arquitectónico recente, directamente inspirado nos castelos do Loire, com toda a certeza:
Atente-se no número de casas fechadas. Longe do Verão, a Figueira é isto: uma amálgama de construções vazias, um espaço de ruas destratadas e semidesertas onde não apetece estar.
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