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«Em 1789, Thomas Paine, escritor, filósofo e revolucionário norte-americano, comparava o sol à verdade: 'É esta a irresistível natureza da verdade, tudo o que pede e de que precisa é liberdade para aparecer'.
«Thomas Paine, autor de «Common Sense» e «The Rights of Man», estava errado. Paine cedeu gratuitamente os direitos de autor sobre «Common Sense» - permitiu às gráficas, que na altura integravam as actividades de edição e distribuição, embolsarem a parte que lhe pertencia. Satisfeitas com os termos do negócio, aquelas preferiram «Common Sense» a outras obras que poderiam ter publicado.
«Thomas Paine descobriu a regra essencial da economia do moderno press release: o plágio autorizado. A irresistível verdade de Paine foi publicada não só pela sua coerência, mas porque o próprio Paine subsidiou a produção da obra, usando as finanças pessoais para competir com ideias. Da mesma forma que os editores de «Common Sense» gostaram de não ter de dividir lucros, o press release, quando apareceu, terá sido encarado como uma bênção pelo quarto poder, porque rentabilizava o trabalho necessário à análise dos assuntos sem, no entanto, comprometer outras abordagens. À medida que o corta-e-cola electrónico foi facilitando tarefas, o press release e outros conteúdos similares foram proliferando.
«Quando este sistema de produção de ideias atingiu o equilíbrio económico, o trabalho não subsidiado deixara de ser lucrativo e foi eliminado. A consequência foi uma grande reviravolta: das palavras que saíam do raciocínio dos autores para as que são empurradas pela mão desses mesmos autores vindas dos serviços de algum interesse específico.
«A Imprensa, incluindo na Internet, já não pode ser vista como uma actividade de produção de conteúdos, mas como uma indústria de selecção de lobbies, que faz a ponte entre essas contribuições alheias e o interesse do leitor. À sua maneira, não deixa de ser análoga à economia legislativa que equilibra os interesses dos lobbies políticos e a credulidade do eleitorado.
«Em 1789, Thomas Paine, escritor, filósofo e revolucionário norte-americano, comparava o sol à verdade: 'É esta a irresistível natureza da verdade, tudo o que pede e de que precisa é liberdade para aparecer'.
«Thomas Paine, autor de «Common Sense» e «The Rights of Man», estava errado. Paine cedeu gratuitamente os direitos de autor sobre «Common Sense» - permitiu às gráficas, que na altura integravam as actividades de edição e distribuição, embolsarem a parte que lhe pertencia. Satisfeitas com os termos do negócio, aquelas preferiram «Common Sense» a outras obras que poderiam ter publicado.
«Thomas Paine descobriu a regra essencial da economia do moderno press release: o plágio autorizado. A irresistível verdade de Paine foi publicada não só pela sua coerência, mas porque o próprio Paine subsidiou a produção da obra, usando as finanças pessoais para competir com ideias. Da mesma forma que os editores de «Common Sense» gostaram de não ter de dividir lucros, o press release, quando apareceu, terá sido encarado como uma bênção pelo quarto poder, porque rentabilizava o trabalho necessário à análise dos assuntos sem, no entanto, comprometer outras abordagens. À medida que o corta-e-cola electrónico foi facilitando tarefas, o press release e outros conteúdos similares foram proliferando.
«Quando este sistema de produção de ideias atingiu o equilíbrio económico, o trabalho não subsidiado deixara de ser lucrativo e foi eliminado. A consequência foi uma grande reviravolta: das palavras que saíam do raciocínio dos autores para as que são empurradas pela mão desses mesmos autores vindas dos serviços de algum interesse específico.
«A Imprensa, incluindo na Internet, já não pode ser vista como uma actividade de produção de conteúdos, mas como uma indústria de selecção de lobbies, que faz a ponte entre essas contribuições alheias e o interesse do leitor. À sua maneira, não deixa de ser análoga à economia legislativa que equilibra os interesses dos lobbies políticos e a credulidade do eleitorado.
(...)
«Os jornalistas profissionais não o fazem [analisar directamente as matérias] porque isso não constitui favor que possa mais tarde vir a ser cobrado. (...)
A Imprensa respeitada alimenta o seu próprio poderio mediando a comunicação entre grupos de influência em competição - assegurando que cada ataque a um deles é sustentado por um dos outros.»
A Imprensa respeitada alimenta o seu próprio poderio mediando a comunicação entre grupos de influência em competição - assegurando que cada ataque a um deles é sustentado por um dos outros.»
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