8.5.08

honra e glória às democracias

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«Quando o som foi restabelecido, juiz e prisioneiro tentaram compreender-se. Depois de isolado por longos anos, Jawad pretendia exprimir-se sobre o seu caso. O coronel Kohlmann [o juiz] explicou que viria a ter a palavra em devido tempo, mas que arriscava perdê-la se continuasse a interromper. De momento, queria apenas saber se Jawad tinha compreendido os seus próprios direitos, nomeadamente o de constituir um advogado. 'Não quero advogados, estou inocente', respondeu o acusado. 'Deviam libertar-me. Assim poderia encontrar um advogado', sugeriu finalmente. 'Isso está fora de questão', concluiu o juiz.

«Nesta altura, Jawad tinha ouvido o suficiente. Queixou-se de dores de cabeça e da saúde afectada pela constante exposição à luz. O juiz insistiu nos procedimentos. Jawad pousou a cabeça sobre a mesa, resignado a ouvir a leitura dos seus direitos. Depois retirou os auscultadores. 'Não me incomodem mais', pediu.»

Relato de um julgamento em Guantánamo, em Março passado, retirado de uma crónica de Corine Lesnes no Le Monde. Não difere em nada do que já li acerca de processos contra dissidentes no regime de Fidel.
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