19.6.08

ele há melgas!

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Há mais ou menos um mês, chegou-me um panfleto. A mãe de uma das crianças da turma tinha comprado uma peça de estanho para oferecer à professora e convocava uma reunião com os eventuais interessados em comparticipar na «oferta colectiva».

O que primeiro me ocorreu? Que é uma bela forma de rentabilizar os monos que nos oferecem. Que decidir primeiro e consultar depois não é maneira de fazer as coisas. Que a professora deve ter a casa mais que cheia dos ditos monos. Que tenho mais o que fazer à vida.

Não tinha interesse, não apareci. Pensei que a coisa estava arrumada. Mas quem me manda pensar a mim pensar?

Hoje era festa de finalistas. Vai daí, logo de início, sou abordada pela organizadora. Que éramos os únicos a não entrar. Paciência, respondi. Que seriam três euros por cabeça. Mas a questão é de princípio, não de preço. Desistiu.
Mas não é que tivesse percebido: ao final veio outra. Assim mais ao coração. Era uma prenda dos meninos - que não foram tidos nem achados no assunto -, haveria um postal assinado por todos e, em grande final, iriam um a um, e de surpresa, depositar uma rosa na mesa da senhora. O postal e a rosa, vá, ainda concedi para não estragar a festa. Mas a coisa era em pacote, não podia...

Puxou-me a veia poética transversal. Quer dizer: entornou-se mesmo o caldo. Se não era, não ficou. E a senhora, de cara à banda, lá continuava a insistir que a menina com certeza fica triste, e eu a sossegá-la, lembrando que a explicação das razões - à menina e à professora - são da minha exclusiva competência.

À menina já expliquei. Encolheu os ombros.
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1 comentário:

popeline disse...

Ah! Como compreendo as vítimas das insidiosas boas intenções que negam a pés juntos a matriz mercantilista. Deus nos livre (de borla de preferencia).