
Um acordo entre a empresa holandesa Trafigura Beher e o Governo da Costa do Marfim isenta ambas as partes de qualquer responsabilidade criminal no caso da distribuição de resíduos tóxicos a céu aberto por várias zonas da capital comercial daquele país. Os três responsáveis da empresa que estavam detidos preventivamente pelas autoridades locais foram libertados.
Em Setembro passado, morreu cerca de uma dezena de pessoas e mais de 70.000 sofreram intoxicações na sequência do despejo das águas sujas do petroleiro Probo Koala (na imagem), que na realidade actuava como refinaria de petróleo clandestina, por várias lixeiras públicas de Abidjan. [5,5 milhões de euros...] [5,5 milhões de euros... (2)]
A quantia agora acordada servirá, claro, para 'indemnizar as vítimas' e para a construção de uma unidade de 'tratamento de resíduos'.
Também serve de barómetro para avalizar da refinação clandestina de petróleo a bordo de cargueiros em curso pelo Atlântico como actividade altamente lucrativa. O combustível assim obtido, de má qualidade e de elevado grau poluente - afinal um petroleiro não é exactamente uma refinaria -, é depois vendido pelo continente africano. A coisa vai-se disfarçando com o transporte de cargas perfeitamente legais em simultâneo. É uma alegria!
(Com jeitinho, a Trafigura Beher ainda foi buscar algum dinheiro a outras empresas a operar no ramo, a braços com o problema do tratamento destes resíduos na Europa, onde o processo é fiscalizado e sai mais caro.)
[Le Monde] [BBC News]
a
Sem comentários:
Enviar um comentário