Houve tempos em que eu por aqui passava todos os dias do ano, rumo ao Ferreira, o velho bar com cadeiras ferrugentas fronteiro à praia do Molhe - uma das mais bonitas do planeta, com toda a certeza - onde reuniam tribos várias oriundas de diferentes culturas mais ou menos marginais.
Depois vieram os primeiros bares modernos: os primeiros estrados, os pára-ventos, as pequenas multidões, vozes e música a abafar o murmúrio das ondas do mar. Cresceram feito cogumelos. Em 10 anos ocuparam, na Avenida Brasil, uma boa metade dos areais. E as praias, até então espaços de uso comum frequentados por milhares de banhistas, acabaram por se transformar em paisagens de esplanadas de bar, sem espaço para se estender um lenço.
Depois vieram os primeiros bares modernos: os primeiros estrados, os pára-ventos, as pequenas multidões, vozes e música a abafar o murmúrio das ondas do mar. Cresceram feito cogumelos. Em 10 anos ocuparam, na Avenida Brasil, uma boa metade dos areais. E as praias, até então espaços de uso comum frequentados por milhares de banhistas, acabaram por se transformar em paisagens de esplanadas de bar, sem espaço para se estender um lenço.
Do outro lado da rua, já quase todas as antigas moradias deram lugar a modernos e luxuosos edifícios de andares, há lojas e automóveis por todo o lado.
Quanto ao passeio da marginal, encontra-se no estado que estas imagens do António Vasconcelos documentam.
A magnífica pérgola está de pé, mas os sinais de erosão são evidentes e parece que só resistem os vasos mais ao abrigo do vento norte.
Claro que alguns danos serão provocados por actos de vandalismo ou acidentes. Mas parece que ninguém - Câmara, APDL, seja lá quem for! - tem interesse em reparar nem estes estragos nem os buracos no pavimento, certamente responsáveis por muitas lesões nos que ali se dedicam à prática de diferentes desportos.
Como parece não haver um mínimo de elementar respeito por uma das mais marcantes intervenções arquitectónicas da cidade do Porto.
(Pequeno palpite:
Não tarda muito, vem tudo abaixo. E vamos ver quem de direito a decidir gastar milhões num novo e brilhante projecto, na senda do inútil e famoso 'edifício transparente').
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Não tarda muito, vem tudo abaixo. E vamos ver quem de direito a decidir gastar milhões num novo e brilhante projecto, na senda do inútil e famoso 'edifício transparente').
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