26.7.07

liberdade de opinião

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«[No despacho,] Maria de Lurdes Rodrigues defende que "a aplicação de uma sanção disciplinar poderia configurar uma limitação do direito de opinião e de crítica política, naturalmente inaceitável numa sociedade democrática, uma vez que as declarações de Charrua não visavam um superior hierárquico directo" mas sim o primeiro-ministro, José Sócrates.» [Público]

Parece-me que o pequeno detalhe a negro, a modos que mais ou menos ignorado na exploração política e mediática do 'caso Charrua', é o que faz toda a diferença. Assim como me parece abusivo presumir que a ministra não teria decisão idêntica se o processo tivesse decorrido com menos visibilidade pública.

E assim como, em termos gerais, me parece que o medo de falar está mesmo é na cabeça das pessoas: mais do que represálias, teme-se sobretudo não agradar àqueles cujos favores podem vir a ser necessários no futuro. Como tudo na vida, a independência tem o seu preço, mesmo na mais perfeita das democracias.

Isto não quer dizer que não possa haver receios. Quer dizer que é preciso alguma coragem, que sobre esses receios terão que prevalecer princípios. E que os limites dessa escolha, enquanto indivíduos e cidadãos, são sempre opção de cada um.
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