12.1.08

ilegais

a
Assuntos prementes a resolver levaram-me ontem ao escritório de uma sociedade de advogados portuense.

Carvalhosa ao cair da noite em dia de chuva intermitente.

Até à Rotunda, nem um autocolante azul na porta dos cafés, alguns clientes a fumar na rua.

Chegada ao destino, subo as escadas. À porta noto que não há autocolantes. Nem na sala de espera. Não há metáforas de polícias afixadas nas paredes. Gente bem educada, obviamente.
[Esta obrigatoriedade de afixar em cada canto proibições que são gerais e que toda a gente conhece faz de nós todos um bando de putos mal educados e impertinentes!]

Aproveito a ocasião para expor a minha dúvida. O advogado pensa um pouco e responde: «Sim, em casa pode. E aqui também...» «Aqui?!» «Decidimos só aplicar a lei nos espaços comuns, nos gabinetes pessoais cada um faz como quer.»

Não, não aproveitei para ter o prazer de prevaricar impunemente. Por princípio, não fumo em locais de trabalho alheios a não ser que os meus interlocutores também o façam, e o senhor não acendeu nenhum cigarro.

Mas saí de lá com um certo contentamento por ter estado no escritório de um conjunto de juristas que recusam deixar que a força da lei se imponha aos limites das liberdades pessoais e do bom senso. E que recusam tratar os fumadores como uns excluídos sociais.
a

Sem comentários: