29.3.08

então e as turmas?

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(nota: este post foi publicado por engano ainda em estado de rascunho e devidamente acrescentado algumas horas depois)

Há uns tempos, andava no ar uma certa revolta por as escolas terem sido referenciadas por seleccionar os alunos ao constituir as turmas. Lá foi outra vez a ministra acusada de andar a querer denegrir a imagem da classe docente, mas por ora ninguém se lembra do caso.

O facto é que, com toda a naturalidade, a Escola Carolina Michaelis reconhece ter agrupado um conjunto de alunos com percursos disciplinares prévios complicados noutros estabelecimentos.
E parece que não há quem estranhe que assim aconteça, é mesmo normalidade vigente haver nas escolas grupos de adolescentes estruturados com mais condições de se organizarem como bandos do que como turmas.

Agrada a todos, a começar nos pais dos outros: ninguém quer ver os seus filhos em grande convívio com os gandins. Estes, que normalmente já em família foram privados da aprendizagem das regras básicas de socialização, ficam igualmente impedidos de as aprender entre pares, pelo menos minimamente.

Por outro lado, se há coisa necessária é saber lidar com esta gente - vamos levar com eles vida fora, no quotidiano, nos empregos, nos transportes (até mesmo na família, tantas vezes...) Não vejo por que há-de ser uma tragédia aprender na escola a lidar com realidades transversais a toda a comunidade.

Ontem tive uma amostra do que deverá ser a reacção da maioria das famílias de crianças prestes a transitar para o 2º ciclo: é o pânico total, encha-se a escola de polícias!


PS - Li hoje a notícia de que está por regulamentar o acesso ao Ensino Básico antes da idade normal de crianças precoces ou sobredotadas. A prolongar-se a situação, este ano lectivo ficam de fora. Confesso que me custa a crer que tal aconteça, mas se se vier a passar, processe-se o Estado: estará a lesar gratuita e irremediavelmente os direitos básicos desses cidadãos.
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