17.12.06

um mundo de adolescentes

Reflexões a propósito de uma sociedade que cada vez mais se infantiliza:

«(...)Esta evolução põe em causa a autoridade, a tradição, o saber inerentes à condição de adulto ou de mestre. A inexistência da figura paterna nas sociedades actuais traz um grande problema à educação das crianças: não existe fundamento para a autoridade. E quando os sistemas clássicos de autoridade deixam de funcionar, vemos aparecer paródias de autoridades excêntricas ou pseudo-carismáticas, reconstituições mais ou menos autênticas de sistemas tidos como tradicionais, muitas vezes reinterpretações ideológicas das tradições, como o fundamentalismo.
Não é por acaso que vivemos uma época marcada por conflitos aparentemente religiosos. E corremos igualmente o risco de caminhar para sistemas de tipo ultra-repressivo, diria tecnológico-repressivos, fundados numa concepção de controlo permanente: poderes dotados de mil olhos e de grandes orelhas. O risco, quando a autoridade se dissipa, é que a vigilância ocupe o seu lugar».

Entrevista a Jérôme Bindé (UNESCO), aqui citada com a devida vénia ao Ministério da Educação por ter decidido retirar dos curricula do secundário a disciplina de Filosofia - aprender a pensar sobre o que nos acontece pode, de facto, ser uma actividade alienante e perigosa...

Para ler na íntegra:
a
Vers un monde d'adolescents
LE MONDE | 16.12.06
a

Sem comentários: