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15.9.07

facts are straight

a
«E no dia em que as águias levantarem voo
não vai sobrar um rato para contar como é que foi»
(Xutos & Pontapés)


Podem ter mudado para azul escuro: são cinzentos.


E não está em causa existirem para garantir o cumprimento da legalidade vigente: são cinzentos.

*2 de setembro: a assembleia que não se realizou, relato de Cristina Moura Fonseca
[link], em casaviva


PS - Muitas vezes até percebo que assim sejam. Mas isso não altera os factos: são cinzentos.
a

11.1.07

'luso-nigeriano'

Quando quis assinalar as vitórias de Francis Obikwelu nos Europeus de Atletismo com uma imagem captada no próprio estádio, acabei por ter que recorrer à BBC - os media nacionais on line não deram metade do destaque que a cadeia britânica concedeu ao feito do atleta português (13.08.06 - ninguém é ilegal!).
Tivesse ele nascido em Torre de Moncorvo, Luz de Tavira, Freixo de Espada à Cinta ou qualquer recôndito canto do império e teria tido honras de herói da lusa pátria, com toda a certeza.
Assim sendo, resta-me aproveitar o facto de Obikwelu ter sido eleito o melhor atleta europeu do ano que passou para voltar a erguer uma voz de protesto por nunca o ter visto, em órgão nenhum da nossa Imprensa, apresentado como um simples atleta português.

PS - Vale este protesto para os todos os 'luso-brasileiros', 'luso-guineenses', 'luso-seja-o-que-for' que aparecem por aí (10.07.06 - naturais, nacionais e relacionados). Envergonha-me pertencer a um povo que culturalmente tem tanta dificuldade em abarcar como seu aquilo que tem origens (aparentemente) diferentes. Talvez um dia um dos meus sonhos se cumpra e eu possa apresentar como nacionalidade... luso-dissidente!


23.9.06

o mundo aqui tão perto


«As praias do Senegal não são só praias».


A ler em tirem-me deste filme.

13.8.06

ninguém é ilegal!

Francis Obikwelu (foto BBC)

O primeiro homem a ganhar os 100 e os 200 metros na mesma edição dos europeus de atletismo desde o histórico Pietro Mennea.

Fugiu à fome na Nigéria. Foi clandestino. É campeão. É português.

10.7.06

naturais, nacionais e relacionados

Feliz ou infelizmente, nasci nesta lusa terra. De pais e avós portugueses, mas em cujas famílias são ainda bastante visíveis alguns traços das diversas culturas que as foram compondo - celtas, judeus e gregos, pelo menos, estão presentes. Nesta lusa terra, feliz ou infelizmente, nasceu a minha filha. De pais e avós portugueses. E que à minha herança acrescenta a do lado parterno, no qual se cruzam também alemães de olhos azuis e mulatas brasileiras, ainda que nas últimas gerações já todos fossem naturais daqui.
Quer isto dizer que, à partida, ela já nasceu mais rica, uma mistura mais complexa. Na mais pura tradição nacional.
Ao longo da vida, não devo ter encontrado muitos conterrâneos a cujas origens não se aplicasse uma formação em tudo semelhante - mais ou menos para trás no tempo, somos todos resultantes da fusão das populações autóctones com as diversas colónias que aqui se foram fixando. Desde a pré-história, se bem se lembram.
Isto é uma condição geográfica. Não é um fatalismo, nem uma escolha. Nem é essencialmente diferente dos movimentos migratórios actuais - o mundo é que está mais perto.
Não consigo compreender, em consequência, a quantidade de horas que os meus conterrâneos despendem a dissecar a naturalidade e as origens dos elementos que compõem as diversas selecções nacionais presentes no Mundial da Alemanha. Nomeadamente pessoas cultas, ou supostamente cultas, como muitas das que têm gasto infindos minutos a discutir estas coisas em tudo o que é canal de televisão.
Penso que devem ter parado no tempo em que os oceanos dividiam o mundo. E que continuam com a bitola histórica um tanto ou quanto descalibrada.